Meu caro Joaquim Manuel:
Dei por
bem empregada a deslocação a Tomar, de cuja corrida retirei impressões muito
lisonjeiras. No que, directamente, Lhe diz respeito, apreciei sobremaneira o
modo superior como enfrentou o hastado que Lhe coube em sorte e que, além do
mais, reunia, empregando-se com más intenções. Valeu, na circunstância, a
categoria e experiência do meu Amigo, que está a atravessar uma das fases mais
brilhantes da Sua dilatada carreira. Na verdade, basta atentar na convergência
crítica da anterior temporada, onde foi considerado o respectivo triunfador.
Quanto a Seu Filho Marcos, exibiu-se, também ele, em plano de toureiro. Na
verdade, de início, a montada eleita para a ferragem comprida alardeou o seu
grau de ensino e a flexibilidade daí resultante, quarteando-se na cara do
oponente, com total domínio e controle da situação. Depois, na ferragem curta,
assistiu-se a um trabalho de brega que entrou pelos olhos dentro, passe o
pleonasmo, dos muitos espectadores que acorreram ao velho tauródromo nabantino.
E, como se isso não bastasse, o valoroso cavaleiro trocou de novo de
colaborador para cravar um excelente par de bandarilhas em terrenos do máximo
peso como são os dos médios, o que igualmente tem de ser creditado a Seu favor.
Prossegue assim o jovem e talentoso Artista o seu notável percurso, em cujos
princípios obteve um triunfo de arromba naquela praça, o que motivou crónica
que firmámos e em que previmos os sucessos que vem colecionando. E, sendo tudo
o que se nos oferece dizer, por ora, sem que a temporada tenha ainda atingido o
respectivo Equador, cá estaremos, se possível, para dar notícia das prestações
taurinas duma Família que, sem margem para dúvidas, mais gente mete nas praças
por onde passa.