"Praça esgotada no Coliseu de
Redondo!... Foi este o cenário no bonito tauródromo redondense. Em praça
três cavaleiros de dinastia, Marcos Bastinhas, João Telles e Miguel Moura.
Pegaram a solo os amadores de Redondo e foram lidados toiros de São Martinho.
Marcos Bastinhas abriu praça e deixou muito bom ambiente com uma lide
empolgante bem ao seu estilo. No seu segundo toiro a lide não teve o mesmo
brilho da primeira, só animando as hostes recorrendo ao seu típico par de
bandarilhas por duas ocasiões. João Telles pode dizer-se que foi quem mais se
destacou com duas lides ao mesmo nível que o público redondense bem apreciou.
Toureiro a uma só mão “Ginja” cravou de frente e com verdade, mostrando estar
em grande forma. Fechava a terna Miguel Moura, que tinha deixado boa impressão
no Campo Pequeno no dia anterior. Miguel no seu primeiro toiro baseou a lide em
ladeios e outros adornos, não impressionando na arte de cravar o ferro. No seu
segundo toiro a lide teve melhores momentos terminando em bom plano. Em noite
de casa cheia, a afición de Redondo viu Domingos Jeremias ceder o comando do
grupo a Hugo Figueira, numa cerimónia muito emotiva. Quanto às pegas foram
concretizadas cinco à primeira tentativa, exceto o quinto toiro que pegaram à
terceira tentativa com mais de 10 forcados a dar ajuda. De realçar o brinde de
todas as primeiras lides ao Amadores de Redondo. Os toiros de São Martinho estavam
díspares de apresentação, com o peso a oscilar entre os 470Kg e os 580Kg, foram
colaborantes no seu comportamento, alguns deles a pedir aos cavaleiros que lhe
pisassem mais os terrenos." (taurodromo 09/08/2015)
"Com o calor que se fez sentir durante o dia de sexta-feira, convidativo a não abandonar a beira-mar, umas cervejitas, de preferência bem acompanhadas, pelas tão “apetecíveis e frescas” ameijoas algarvias, virámos costas ao litoral e rumámos até á vila do Redondo, para ali assistir á corrida de toiros, cujo cartel reunia três jovens cavaleiros da primeira linha: Marcos Bastinhas, João Telles jr e Miguel Moura. Em boa hora o fizemos, assim como todos os outros que tal como nós, marcaram presença no Coliseu do Redondo, esgotando a sua lotação. Para além dos cavaleiros que compuseram o cartel desta corrida, outro dos polos de interesse foi a mudança de cabo dos Amadores do Redondo e o facto de pegarem os seis toiros da corrida, facto raro hoje, mas normalíssimo há uns anos atrás. Quanto aos toiros, o curro lidado pertenceu á ganadaria de “S. Martinho” de Frei Elias, tendo ficado além das espectativas, não só pelo seu comportamento, mas também pelo tipo e desigual apresentação. No entanto a terna de cavaleiros superou o facto rubricando atuações de grande nível, tendo o espectáculo redondeado num enorme êxito artístico, quanto a nós, a melhor corrida da temporada 2015 a que assistimos. Toureiros com tauromaquias diferentes “jogaram todas as cartas” possíveis, entregando-se com verdade, desafiando-se em cada ferro; reafirmaram-se como toureiros e definitivamente os cavaleiros não só da actualidade, mas também das próximas temporadas. Cuidem-se pois as figuras, porque os ídolos não são eternos. A Marcos Bastinhas coube lidar primeiro e quarto toiros da ordem. Se o primeiro cumpriu, já não se pode dizer o mesmo do seu segundo, um manso reservado. Recebeu os toiros vistosamente, dobrando-se com eles de forma brilhante, cravou de largo e seguro. Nos curtos, no primeiro da noite, surpreendeu tudo e todos quando saiu á praça, montado no lusitano, castanho, de nome “Amoroso”, com o qual esteve enorme não só a cravar, mas também na brega. Os adornos toureiríssimos tiveram epílogo em ladeares preciosos na cara do toiro. No quarto da noite a receita foi idêntica, desta feita prolongando a sua actuação dos compridos aos curtos, montando o mesmo cavalo de nome “Capa Negra”, arrebatou o público. Encerrou a sua actuação com a imagem de marca Bastinhas, cravando dois pares de bandarilhas a preceito. João Telles jr foi o mais bafejado pela sorte no sorteio, cabendo-lhe lidar dois toiros que investiram, proporcionando-lhe também duas boas actuações. Sempre muito seguro e “pinturero” no seu toureio, chegou fácil ao público, pela maneira e formas vistosas que pôs nas sortes. Com o castanho que ostenta o ferro “Ventura” alcançou os melhores momentos da sua actuação nesta corrida. Fácil nos ferros em sorte de violino. Encerrou ambas actuações com esta sorte, não lhe resgatando o público aplausos. Miguel Moura teve a coragem de se intrometer nesta peleia. E afirmamos que teve coragem, porque a sua quadra não tem nem de perto, nem de longe, o nível artístico dos seus colegas. Sentiu dificuldade para vencer o seu primeiro, andarilho e a não lhe dar sítio, enquanto no que fechou a corrida esforçou-se, diante um toiro que lhe exigiu muita entrega e esforço para o vencer, o que nem sempre conseguiu. Miguel esteve digno e mereceu por isso mesmo também os aplausos que o público lhe concedeu. Momentos emotivos viveram-se também quando da passagem de testemunho de Domingos Jeremias a Hugo Figueira, agora o novo cabo do Grupo de Forcados Amadores do Redondo, que não tiveram as suas pegas facilitadas pelos de “S. Martinho”. Contudo o muito querer do Grupo e a sua coesão aliaram-se ao êxito desta nocturna Redondense. Dirigiu com acerto e sem dificuldades o senhor Marcos Gomes (aficionados de portugal 08/08/2015 Francisco Santos)