"Há
quem diga que o público frequentador da praça de toiros da Nazaré é um público
fácil, um público festivo, um público tal como a vila nesta altura do ano
"colonizada" e invadida por turistas. Mas não é assim, como
tentam fazer crer, alguns "artistas da caneta", antepassados
jurássicos" da net. A praça do "Sitio" é local frequentado
também por gente simples, gente do povo, espontânea, que sem agravos assobia ou
aplaude um toureiro, levanta a voz, incita e ou rende-se agradecida, em
presença de uma boa actuação. No passado sábado, o curro de toiros com ferro e
divisa "Casquinha", deu bom jogo. Investiram, foram sérios, exigiram
aos toureiros entrega e conhecimentos, em suma: verdade e nada de
superficialidades. Houve verdade na arena da Nazaré, com seis lides distintas,
protagonizadas por outros tantos cavaleiros, que souberam brilhar e fazer brilhar
o toureio a cavalo à portuguesa. Com um cartel composto pelos cavaleiros
Rui Salvador, Luís Rouxinol, Marco José, Marcos Bastinhas e os praticantes João
Salgueiro da Costa e Parreirita Cigano, com uma temperatura fresca e
húmida, o publico disse presente, registando o empresário Fernando dos
Santos mais uma "boa casa". Os toiros como já dissemos
pertenceram à ganadaria de Nuno Casquinha, tendo sido pegados pelos Amadores do
Ribatejo, Monforte e Arronches. Quantos a actuações, os cavaleiros de alternativa
mais antiga, proporcionaram uma primeira parte do espectáculo (cada um
dentro do seu conceito) de nível francamente elevado. No entanto, a segunda
parte desta corrida, em nada foi inferior á primeira. Abrindo as hostilidades
Marcos Tenorio Bastinhas liderou a " revolução" artística da segunda
parte da corrida. Arriscou, entregou-se com valor e muito descaramento na
cara do toiro, não só pelos terrenos que pisou, mas também na preparação dos
ferros, cravagem, rematando e bregando superiormente como é seu hábito. Também
os praticantes Salgueiro da Costa e Parreirita Cigano não se acanharam,
validando também eles duas boas actuações. Salgueiro perante um toiro mais
complicado, Parreirita com a verdade e valor do "sangue gitano" que
lhe corre nas veias, soube fechar com êxito um espectáculo que certamente
agradou a todos. Se não? Pelo menos à maioria sim! No capítulo da
forcadagem a noite foi para “homens de barba rija”. Os Casquinhas bateram.
Houve muitos lesionados, mas todos os toiros foram pegados. Pegados com
determinação e sentido de Grupo." (aficionadosdeportugal 24/08/2015 Francisco Santos)