quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Que tenham todos uma boa consoada !


"Hoje não vamos falar de toureio. Ver imagens de actuações ou ler artigos e recortes de imprensa. Não, hoje prefiro dar-vos um abraço, um sorriso - aquele meu sorriso que é de todos, mas que também é para todos... talvez umas palavras ou até um poema, que não é meu.. mas que pode ser também de todos. Certamente que também não ficará mal, nesta nossa mesa partilhada de esperança, e ilusões, acreditar-mos que afinal -  ainda há estrelas no céu a dourar o nosso caminho. um caminho de esperança, que até pode ser aquele, cuja  realidade  nos faça acreditar a todos na história do Natal. Sejam felizes e que a palavra Natal, seja para todos nós, mais que uma palavra. Que seja um desejo feito realidade logo no "sapatinho".

"A minha prenda, tal como vos disse é um poema. Como poderia ter sido um abraço, ou uma canção. No entanto é um poema, porque assim o coração mo diz. Tenham pois um feliz NATAL !."

  Elvas 24 de Dezembro 2014

Joaquim Bastinhas




NATAL DE 1971

Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
as cinzas de milhões?
Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por de amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
e de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
com gente que é traição,
vil ódio, mesquinhez,
e até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm,
ou dos que olhando ao longe
sonham de humana vida
um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
e torturados são
na crença de que os homens
devem estender-se a mão?

Jorge de Sena