ainda a imprensa:
“Anualmente
a praça de toiros “José Varela Crujo” abre as suas portas para a realização de
um festival a favor da Cercibeja e dos Bombeiros Voluntários da cidade. Este
ano de novo os cavaleiros convidados marcaram presença, apoiando uma causa que
afinal pode ser de todos. Aliás desde que há memória, sempre a classe toureira
foi solidaria para com a sociedade, colaborando em festivais e corridas de
beneficência, que de alguma forma permitam minorar as carências e dificuldades
de instituições ou cidadãos. Este ano o cartel contou com a
presença dos cavaleiros Joaquim Bastinhas, Tito Semedo, Sónia Matias, Pedro Salvador,
Joana Andrade e João Maria Branco. As reses oferecidas por diversos ganadeiros,
foram díspares de apresentação e comportamento, tendo sido lidados produtos com
os ferros de “Francisco Romão Tenório”, “Gregório Oliveira”, “Prudêncio” e “Varela
Crujo”, que apesar de não serem muito colaborantes proporcionaram alguns
momentos de bom toureio, para quem os soube aproveitar, enquanto o de “Pégoras”
foi duro, parecendo mal visto, e de tarrascadas violentas, enquanto o sobrero
de “Gregório Oliveira”, que substitui o exemplar de “António Silva Herds” e que
tocou a João Maria Branco, foi nobre e repetidor. Joaquim Bastinhas sem dúvida
num grande momento de forma, e com uma temporada notável, deu o mote á corrida,
lidando o primeiro da tarde. E apesar de ser o primeiro cavaleiro em praça,
ninguém perdeu atenção á actuação do de Elvas, pois raça, entrega e emoção não
faltaram na apimentada lide de Bastinhas, que mais uma vez provocou o diálogo
entre os incondicionais, os que gostam e os que nem tanto. Mas as figuras do
toureio são assim mesmo: têm o poder de não deixar ninguém indiferente. Um
grande par de bandarilhas com o “Duque” sobrepôs os aplausos á musica, que já desde
o segundo ferro curto tocava. Tito Semedo lidou o segundo da tarde que “recebeu
á porta gaiola”, tendo ao longo da sua actuação sobreposto o seu toureio aos
arreões do seu adversário, tendo merecido o reconhecimento e aplausos do público.
Sónia Matias desenvencilhou-se bem da “fava da corrida” – o de “Pegoras, tendo
contado para isso com o seu “Sultão”, a sua montada de referência. Pedro
Salvador frente a um manso fugidio apoderou-se dele com uma lide, onde o
tremendismo andou a par da inspiração e comunicabilidade com o público. Foi acertivo
e marcou pontos. Joana Andrade não esteve inspirada, talvez pelas poucas
corridas que leva toureadas esta temporada e apesar de toda a entrega que
tentou colocar na sua actuação, “passou ao de leve por Beja”. João Maria Branco
lidou o último da tarde, estando bem a bregar, entendeu o toiro, aproveitando a
sua codicia e alguma nobreza, concretizando momentos de agradável toureio, a fechar
a tarde de Beja. Os Forcados representados pelos Amadores de Cascais e Beja, estiveram decididos
e coesos pegando com destreza os hastados, recebendo os aplausos do público,
que compôs as bancadas em mais de metade da lotação, das bancadas, da praça de
toiros de Beja. Em resumo, um espectáculo que valeu pela maestria de Joaquim
Bastinhas, entrega de Sónia Matias e o tremendismo e raça de Pedro Salvador.“(
tauromaquia 20/10/2014 Francisco Santos)