Foi a Empresa Tauromáquica Eborense, ao tempo formada por António Cutileiro Paes de Sousa, Quintano Paulo e seu filho José Manuel Ferreira Paulo "Cachapim", que há 31 anos montou na antiga praça de toiros de Évora a corrida da alternativa de Joaquim Bastinhas, apadrinhado pelo saudoso Mestre Batista, com o testemunho de João Moura. Ao longo das últimas três décadas, estes empresários cruzaram por diversas vezes os seus caminhos com os do cavaleiro de Elvas: foram eles que montaram em Setúbal a corrida em que Bastinhas se encerrou com seis toiros de Murteira Grave, foram eles que puseram em marcha os primeiros "duelos" de Bastinhas com João Moura, entre muitos outros eventos que fizeram história.
António Sousa e "Cachapim" marcaram ontem presença em Elvas na Casa da Cultura, no acto de inauguração da exposição "Joaquim Bastinhas, de Elvas para o Mundo". Em declarações exclusivas ao "Farpas", Ferreira Paulo "Cachapim" recordou a grande ligação que nos últimos trinta anos ligou a sua empresa ao Maestro de Elvas:
"Tinha que estar presente na abertura desta exposição. Está uma exposição com muita classe. É uma honra ter organizado a corrida da alternativa de Joaquim Bastinhas, há 31 anos, com meu Pai e o Sousa, ali nasceu uma Figura cimeira da tauromaquia. Aliás, nós estivemos sempre ligados à carreira do Bastinhas, montámos também a corrida dos seis toiros em Setúbal, montámos os primeiros confrontos com o João Moura em Elvas, em Portalegre e em Évora. O Bastinhas é uma grande Figura, teve sempre um carisma que se traduziu numa simbiose perfeita com o público e que, trinta anos depois, se mantém inalterável. É um toureiro insubstituível. Não me esqueço que, quando gerimos o Campo Pequeno, o chegámos a contratar num ano para seis ou sete corridas. Nos meus tempos de apoderado e empresário, era sempre um toureiro com que havia que contar, apertava sempre nas corridas importantes, não dava por barato o triunfo".
E acrescenta:
"E como o tema desta exposição é também o Homem, tenho que dizer que, sem nunca lhe ter pedido nada, quando dele necessitei, abriu-me sempre as portas da sua casa. Nunca me posso esquecer que quando o Zoio precisou dos cavalos, foi ele que me ligou. Quando soube que tinha cá o rejoneador colombiano Dairo Chica e não havia cavalos, também foi ele que me chamou. Só me resta ser agradecido e com a minha humilde presença nesta exposição, prestar a minha reconhecida homenagem ao Joaquim Bastinhas. Foi o toureiro que a minha Mãe, até já não poder, seguiu sempre e a quem ele sempre dispensou um carinho especial. Estou-lhe grato também como homem e como aficionado. É um Toureiro e um Homem diferente".