domingo, 3 de maio de 2015

As primeiras da imprensa sobre Elvas...


“O Coliseu de Elvas acolheu, sexta-feira, uma boa corrida de Passanha, tendo-se destacado Pedro Salvador e Marcos Bastinhas nas lides equestres e uma grande pega dos Amadores de Monforte. Perante meia casa, Joaquim Bastinhas esteve mais uma vez em bom plano. Boas bandarilhas curtas, um par com categoria, um palmo com emoção e recortes recheados de tourearia, foram os ingredientes para conquistar mais uma vez o público. Tito Semedo recebeu à porta gaiola, mexeu com o oponente e deixou ambiente com um violino a rematar a sua passagem. Esteve em bom plano. A primeira parte chegou ao fim com a prestação de Sónia Matias. Após passar por uns apuros com a sua montada, a cavaleira executou uma lide em crescendo, destacando-se o remate da sua atuação com um bom ferro violino que agradou ao conclave. Ana Batista andou regular. O toiro ofereceu dificuldades, pois era algo tardio no que diz respeito às investidas, procurando, por vezes, as tábuas. O trabalho foi redobrado e não deu para grandes luzimentos… Pedro Salvador apostou numa lide com cites de largo onde não faltaram as batidas. As coisas resultaram e assistimos a bons ferros curtos. As piruetas também marcaram presença e isso agradou ao público. Fechou praça Marcos Tenório. O de Elvas deu a volta ao mansote hastado de Passanha que pedia tábuas. Um toureio de ataque, com cites de largo e a entrar nos terrenos do oponente, marcaram a vistosa prestação de Marcos. Viveram-se assim momentos de emoção e de entrega por parte do público com a sua passagem. Nas pegas foram solistas por Monforte Luis Aranha à segunda e Nuno Toureiro, na pega da noite, ao primeiro intento. Pelos Académicos de Elvas pegaram Paulo Maurício à terceira e Luís Machado à primeira. Em praça estiveram também os Amadores de Coimbra, tendo sido solistas Rui Martins à primeira e José Freire à segunda tentativa. Dirigiu com acerto Marco Gomes. (diário taurino 02/05/2015 Hugo Teixeira)


“Corrida de toiros no Coliseu “Rondão de Almeida” no passado dia 1 de Maio, abriu a temporada 2015 para os Elvenses na sua praça. Um cartel interessante, face aos nomes anunciados e ao toureio que interpretam: Joaquim Bastinhas, Tito Semedo, Sónia Matias, Ana Baptista, Pedro Salvador e Marcos Tenorio Bastinhas. Os touros tinham a divisa de “Passanha”, e apesar de não terem a agressividade do passado, ainda mantêm no seu encaste dificuldades muito próprias, reveladas por alguns exemplares em Elvas. No capítulo de apresentação e presença a corrida “estava preciosa”. Joaquim Bastinhas foi no primeiro cavaleiro a actuar e como já afirmámos muitas vezes o seu conhecimento do toiro e do toureio – acima de tudo do seu toureio, que o publico quer e exige ver ao cavaleiro de Elvas, rapidamente fica estabelecido o diálogo arena bancadas e vice-versa, uma situação de comparar com qualquer outro toureiro, tal a continua força que Bastinhas consegue impor ao longo de tantas temporadas. O recorte do “avião” montando o “Amoroso”, hoje para além do par de bandarilhas, começa a ser também uma marca de distinção no reportório de Bastinhas. E em Elvas planou duas vezes na arena do coliseu. Notável e um exemplo, a frescura toureira deste veterano, que nesta noite inteligentemente tapou a s dificuldades do seu adversário, com a sua entrega e disposição para o êxito que alcançou. Tito Semedo chegou a Elvas predisposto a bater o pé aos seus colegas, sobretudo aos Bastinhas a jogarem em casa. Recebeu o seu toiro á porta gaiola, levou-o para os médios aí desenrolou o seu reportório. Dobrando-se sempre com acerto e obrigando o adversário, tem dois curtos de entrega e que lhe retribuíram os aplausos dos espectadores. Fechou a sua actuação, como já vem sendo quase que habitual, com um ferro em sorte de violino. Noite inspirada de Semedo, que lhe valeu os aplausos do público e o sorriso do toureiro no final da sua actuação. Coube a Sónia Matias o terceiro da ordem, um toiro que saiu solto dos capotes da quadrilha e carregou com pata na montada da “baixinha”, provocando uma situação complicada para a montada e toureira. Mas conhecendo os aficionados a capacidade de Sónia Matias em lidar e superar rapidamente estas situações, em Elvas foi isso mesmo – entrega e dar a volta por cima a um início de lide menos bom, foram a receita aplicada para que o público se tenha entregado á sua actuação. Conseguiu-o e mereceu a volta e os aplausos que escutou no final. Complicado o quarto que saiu para Ana Baptista, parado e sempre em terrenos de tábuas, obrigou a cavaleira a um esforço suplementar para resolver o problema. Apesar de toda a sua entrega, denotou-se alguma fragilidade na quadra para suplantar as condições adversas do “Passanha”. Agradou mas não deslumbrou. Pedro Salvador, ou o renascido Pedro Salvador, voltou a fazer das suas em Elvas, com o seu toureio de batidas, piruetas e empatia, que cria com as bancadas. Aproveitou e entendeu as boas qualidades do “Passanha” que lhe tocou em sorteio e nos curtos, com um ruço “Companhia das Lezírias”, montou o seu espectáculo, que o público aplaudiu e validou premiando com uma justa volta a arena. O último da ordem tocou a Marcos Tenorio Bastinhas e foi o pior do curro de “Passanha”. Foi um toiro sério, mas manso, reservado e tardo a investir. No entanto Marcos Tenorio não lhe admitiu veleidades. Não tendo um oponente colaborante, optou o cavaleiro tirar o melhor partido do toiro, citando-o de largo, atacando-o, entrando-lhe nos terrenos, enchendo-o de cavalo, obrigou-o assim a investir, alcançando momentos de sobejada emoção e valor, tal a raça com que cravou cada ferro. Foi uma lide onde Marcos Tenorio transmitiu uma segurança e maturidade toureira, transformada em emoção, afinal um dos predicados para o sucesso junto do público, do toureio praticado pelos toureiros de verdade. Todos nós temos os nossos artistas, futebolistas, escritores, toureios. Indiscutivelmente em Elvas, Marcos Tenorio Bastinhas, foi o meu “capitão”! No capítulo das jaquetas de ramagens a noite não foi fácil. Por Monforte pegaram Luís Aranha e Nuno Toureiro, este a alcançar um pegão no quarto da noite. Pelos Académicos de Elvas pegaram Paulo Maurício e Luís Machado. Nos Amadores de Coimbra foram cara Rui Martins e José Freire. O espetáculo foi dirigido pelo senhor Marco Gomes, assessorado pelo médico veterinário Joaquim Guerra. (aficionados de Portugal – 03/05/2015)


“Esperava-se mais público no Coliseu de Elvas. Em conta devemos também ter que pela tarde houve tourada em Montemor e, no dia seguinte (sábado), outra em Estremoz integrada na FIAPE 2015. Estes podem, ser factores que levem o aficionado e o público em geral, a não poder assistir a todos os espectáculos que desejaria. Os touros com a divisa de Passanha, deixam sempre apreensivos toureiros, forcados e até mesmo os espectadores. Embora sem a agressividade de outros tempos, ainda trazem no seu encaste dificuldades que foram patentes em alguns exemplares. Os muitos anos de toureio como figura cimeira, o seu conhecimento do touro, terrenos e da lide que o público quer ver, Joaquim Bastinhas meteu o público no bolso com recortes toureiros, ferros de palmo e o inevitável par de bandarilhas "exigido" pelo público. Mas não está só no que chega ao público, está na capacidade de um toureiro, tapar um touro que exigia disposição, entrega e conhecimento. Há poucos dias antes tínhamos visto Tito Semedo em Arronches e francamente não nos entusiasmou. Hoje porém surpreendeu. Recebeu à porta gaiola, dobrou-se muito bem nos médios com o touro e deixou um par de ferros a merecer o aplauso do público e o reconhecimento do cronista. Como firma do seu toureio, rematou muito bem com um ferro em sorte de violino em terrenos de dentro. Não começou da melhor forma Sónia Matias com a montada em situação de aperto pela investida brusca do "Passanha". Teve capacidade e recompôs-se. Com a sua entrega habitual chegou ao público com uma actuação plena de movimento e superação. Também ela, mas nos médios, deixou um ferro em sorte de violino com grande aplauso do conclave. Não era fácil o touro de Ana Batista, mais tardo nas saídas para os cites, agarrado ao piso (como dizem os mexicanos) e com tendência para as tábuas. Não foi uma das grandes noites de Ana Batista, mas esteve com dignidade perante as condições adversas. As batidas menos pronunciadas permitindo mais ajuste nas sortes, sem tirar muito o touro da linha de embroque, foi a receita de Pedro Salvador. É um toureiro de carisma, que eventualmente podia ter conseguido uma outra projecção. Chegou ao público com grande facilidade pelas sortes executadas, rematadas com piruetas na cara do touro. O gravanzo negro tocou a Marco Bastinhas. Primou por se defender em tábuas o "Passanha", mas encontrou pela frente um toureiro que, tarde após tarde, se vêm afirmando, querendo ser figura do toureio a cavalo. Tentou repetidas vezes sacar o touro para terrenos de fora mas, como todos os touros têm lide, optou por aquilo que com grande discernimento viu que o touro necessitava. Citou de largo, atacou o touro entrando pelo seu terreno, obrigou-o a investir e deixou a ferragem de grande mérito. Foram momentos de emoção, como deve transmitir o toureiro para as bancadas. O público entregou-se ao cavaleiro de Elvas com fortes aplausos e uma volta triunfal em final do espectáculo. Temos toureiro "para rato". Nas pegas há sempre a expectativa de ver o comportamento dos “Passanhas” para com os forcados. O veterano do grupo de Monforte, Luís Aranha, abriu pelo seu grupo. O touro metia a cara mas depois colocava o forcado em baixo. É sempre uma situação difícil que Luís Aranha resolveu ao segundo intento. Ainda do grupo de Monforte viria a grande pega da noite com Nuno Toureiro a ser o protagonista. O Passanha investiu com grande codícia e empurrou até às tábuas, distribuindo derrotes estoicamente aguentados pelo forcado. Para Paulo Maurício do grupo de Elvas, o touro não metia a cara por direito, atirando derrotes que fez com que só consumasse a pega à terceira tentativa. Já o seu companheiro Luís Machado encontrou menos dificuldades e fechou-se à primeira.  Pelo grupo da cidade dos estudantes (Coimbra) Rui Martins fechou-se à primeira e José Freire à 2ª. Foi a primeira vez que vimos nesta temporada o grupo de Coimbra que nos pareceu ser um grupo coeso e estar à altura das circunstâncias. Dirigiu o espectáculo Marco Gomes com o Dr. Guerra como assessor veterinário. (planeta dos touros – 03/05/2015 Fernando Marques)