quarta-feira, 25 de setembro de 2019

ELVAS, 21 DE SETEMBRO 2019: ENCERRONA DE MARCOS BASTINHAS (III)

Pela objectiva de Maria Milhomens...









PORTADOSSUSTOS
Faz exactamente hoje, dia 22 de Setembro, que no passado ano tivemos o privilégio e agora já uma imensa saudade, de ver tourear pela última vez o Maestro Joaquim Bastinhas, precisamente no mesmo lugar onde ontem foi, mais que justa e dignamente homenageado pelo seu filho Marcos e Ivan, pela sua esposa Helena e pela restante família, amigos e fãs. Ontem, tal como há um ano atrás, provou-se alí que ser Bastinhas não é tourear de forma "circense" não é só saltar do cavalo no final de cada lide, não é só "show-off"... Se havia quem duvidasse do empenho, esforço, dedicação e talento do Marcos... ontem teve que engolir cada letrinha do mau pensamento. Muito li eu hoje sobre a noite de ontem, muitos elogios que por norma só vêm para alguns em troca de alvissaras... ou em troca de um "callejon" que há muitos anos não era conseguido... Mas um toureiro de verdade não compra triunfos, prova na arena que os tem e que os merece, sem dar hipótese a quem negoceia este tipo de "envelopes brancos" de apontar fracassos. Não falamos de uma desmontável, num pueblo que tem 200 pessoas na praça e ai sacam rabos, orelhas e tudo e mais alguma coisa... com habilidade até trazem o toiro para casa. 
Não faltará a quem sirva a carapuça das minhas palavras, mas sei que temos por cá bons toureiros de verdade que não necessitam deste tipo de "geringonças" para andar para a frente. Bom, e desculpem-me os restantes, mas estou cansada de lobbys e ainda por cima de gente feia, mal formada e mal educada, a querer passar-se por gente de bem! 
Agora voltando ao tema que me traz aqui, Marcos Bastinhas! Saiu pela porta grande da primeira praça do país, muitos dizem que por emoção dos presentes, por sentimentalismo... saiu pela porta grande na Nazaré, era o público do pai... ah... e ontem... ontem foi o quê??? Ontem foi um toureiro de raça, com a escola Bastinhas, a mostrar que sabe fazer tudo e bem! Que também sabe fazer o mesmo que todos os outros, e bem. Não... não sou paga nem pela casa, nem por ninguém, digo como sempre o que me vai na alma e tal como respeito as outras opiniões, terão que respeitar a minha. Um artista, um toureiro, sabe sempre como estar, dependendo do seu público, sim, porque é o publico que paga o bilhete e que faz a tauromaquia andar e estar viva. Talvez se todos os toureiros se preocupassem mais em agradar ao publico do que à critica, as coisas fossem diferentes. Foi também mágico o momento que toureaste ao som do pasodoble Joaquim Bastinhas. Parabéns Marcos Bastinhas, ontem ficará na história da tauromaquia marcado o nome Marcos Bastinhas. Posso seguramente dizer, que desde a tua Mãe, Mulher, Irmão, filhos, amigos e fãs, estamos todos ORGULHOSOS de ti. 
Vai por si Maestro!
                                                  (Maria João Milhomens/22-09-2019)



Portadossustos...
Marcos Bastinhas em época de confirmação, quiçá mesmo a melhor temporada da sua carreira, resolveu em homenagem ao seu saudoso progenitor, o maestro Joaquim Bastinhas, encerrar-se com sete toiros de diferentes ganadarias e fê-lo magistralmente, no plano artístico esteve irrepreensível, bregas recheadas de toureiria, mandonas, com classe, preparação e execução das sortes com temple e velocidade quanto baste a deixar-se ver e foi um desfilar de excelentes compridos e curtos bem lá no alto do murrilho como mandam os canones e se como não bastasse , diversificou as actuações, não se tornando repetitivo cravando ferros de palmo, violinos e pares de bandarilhas com a matriz da casa Bastinhas. Torear a solo sete toiros numa só corrida é de uma enorme exigência artística física e mental a que se acrescenta um manancial de dor e emotividade, Marcos quis dessa forma homenagear seu pai, terminou cansado mas realizado e todos sentimos que o maestro estava presente, feliz e grato pelo carinho com que é recordado. Completaram o cartel os forcados Amadores Académicos de Elvas e foram lidados toiros de Veiga Teixeira, Murteira Grave, Romão Tenório, Passanha, Varela Crujo e dois de Rodolfo Proença.
Um abraço
José Luís Figueiredo