quinta-feira, 8 de outubro de 2015

“ O toiro da estrada”e outros... por Vaz Craveiro.


O grave acidente ocorrido há duas semanas com o cavaleiro JOAQUIM BASTINHAS catapultou-nos para os últimos quatro decénios, lapso de tempo em que Manuel dos Santos e o seu fiel colaborador Manolo Escudero tombaram naquele fatídico Fevereiro de l973, Diamantino Viseu foi atropelado mortalmente numa passadeira da urbe lisboeta, Roque Silva, pai do matador Pedrito, Simão Malta, cabo fundador do grupo de Montemor e, também ele, ganadeiro, Carlos Arruza, César Giron e Juan Pedro Domecq, foram, todos eles, vítimas do “toiro da estrada”. E, de cada vez que ocorreu uma dessas colhidas, uma reflexão ganhou corpo, qual foi a de que insondáveis desígnios foram esses que fizeram tombar nas vias públicas, até antes da altura previsível, pessoas com um passado, tantas vezes, de dezenas de anos, de convivência regular e sistemática com o risco, que outra não pode ser, nem é, a palavra apropriada para caracterizar essa actividade, a um tempo, fascinante mas perigosa, que representa a criação do gado bravo. Isto se diz com os olhos postos fundamentalmente no sector ganadeiro, cujas hostes têm sido dizimadas quanto baste, que o perigo ali espreita, não apenas no breve tempo em que se desdobra a lide propriamente dita, mas também durante todo o período anterior, passível de atingir os cinco anos, logo após o parto, com a tutela de mães implacáveis na defesa das suas crias… Está-se a pensar em David Ribeiro Telles, que alternativou Alberto Conde em cumprimento da promessa feita a Alfredo Conde, quando este lhe saiu ao quite por ocasião de queda em curral que não estava desactivado…Transitando agora para os nossos dias, cumpre dizer que há mais toiros em sentido figurado, também eles causadores de danos avultados, tantas vezes na pessoa de ganadeiros, toureiros e associados. É o caso, agora, do valoroso ginete alentejano, vítima de desastre campestre para o qual se não logra plausível explicação, a não ser pelo recurso a uma coisa chamada Destino, tantas vezes presente no quotidiano de qualquer um, na vertente de peripécias que atingem as chamadas figuras públicas, como no caso concreto de que nos ocupamos. No final da manhã do fatídico dia, as pessoas foram alertadas para o triste evento, mesmo por uma imprensa que de há muito virou as costas à TAUROMAQUIA, o que prova a popularidade do insigne Artista, genuíno embaixador do espectáculo taurino. Na hora que passa, com o estandarte daquela ilustre casa empunhado pelo talentoso Marcos Tenório, que arrecada triunfos na maior parte das touradas em que intervém, o voto proclamado, direccionado ao cavaleiro alentejano e a toda a Sua Família, é a dum total restabelecimento e no menor tempo possível, que a Festa, sem ele, é mero arremedo daquilo a que nos habituou, nos 32 anos cumpridos desde que ingressou no profissionalismo pela mão desse génio que se chamou José Mestre Batista. 

                                                                                                      Vaz Craveiro